Essa é uma longa desanā, o original dura mais de quatro horas mas eu incluí nesse vídeo somente três trechos (o truque de Luang Pó Si, a história do aluno que queria imitar Ajahn Mai e o método que Luang Pu Ón utilizou para “desencalhar” Ajahn Mai) que ilustram um aspecto da vida monástica pouco conhecido pela maioria das pessoas: o relacionamento entre aluno e professor. Na gravação original ele conta muitas outras histórias e fala muito sobre diferentes aspectos do Dhamma, quem sabe numa ocasião futura eu tenha tempo para traduzir…
- subiu na cabana: antigamente as cabanas nos monastérios de floresta eram construídas sobre palafitas, cerca de dois metros de altura, para proteger dos animais e também para ficar mais arejada.
- Nên: abreviação de “samanên” que é a pronúncia tailandesa da palavra em pāli “samanera”.
- Médico do Dhamma: é óbvio, isso não tem nada a ver com o ensinamento do Buddha, mas como a Tailândia é um país budista, as pessoas do povo usam o vocabulário e as imagens associadas à religião vigente para expressar todas vertentes de espiritualismo e folclore popular. Podemos observar o mesmo no Brasil com relação ao cristianismo.
- Audição divina, visão divina: mais sobre esse assunto pode ser encontrado no Visuddhimagga, na seção “Abhiññā-Niddesa”.
- Continua branco como antes?: as pessoas da cidade provavelmente não nunca viram, mas se você colocar uma panela diretamente sobre fogo de lenha, o fundo da panela fica preto e acumula uma camada de fuligem.
- o sinal para sair em pindapāta: esse sinal servia para avisar aos aldeões que queiram doar comida que os monges estavam vindo.
- arroz grudento: é uma variedade de arroz que após cozida continua com uma consistência firme e é grudento, as pessoas comem com a mão pegando pequenas porções e mergulhando num molho.
- Luang Pu Ón: หลวงปู่อ่อน ญาณสิริ
- levei meu manto junto: em geral dentro do monastério os monges usam apenas um sarong e um pano para cobrir o peito chamado “angsa”. Numa situação mais formal eles vestem o manto completo.
ajudar a dar banho: era rotina comum antigamente os monges lavarem o corpo do mestre como um ato de devoção. O mestre se sentava em um local aberto, vestindo um sarong, e os monges lavavam o corpo dele exceto as partes íntimas e a cabeça pois era considerado desrespeitoso tocar a cabeça de alguém. Essas duas partes ele lavava sozinho.